Em 2007, os artistas Lonneke Gordijn e Ralph Nauta criaram o DRIFT, na Holanda. Desde então, eles vêm desenvolvendo esculturas, instalações e performances que colocam pessoas, ambiente e natureza na mesma frequência. Suas obras sugerem ao público uma reconexão com o planeta. Na exposição Vida em Coisas, em turnê no Brasil, a dupla explora as relações entre humanos, natureza e tecnologia usando a luz como um dos elementos básicos para a construção da arte.
A mostra, que integra o ciclo de exposições de 2023 de diferentes unidades do Centro Cultural Banco do Brasil, confere aos visitantes a oportunidade de vivenciarem obras que tocam em elementos essenciais da vida na Terra. Em cartaz no CCBB-RJ até o dia 22 de maio, a exposição segue para os Centros Culturais Banco do Brasil São Paulo, Belo Horizonte e Brasília durante o ano.
“Tentamos visualizar realidades que parecem impossíveis e trabalhar com tecnologias emergentes para ajudar a realizar esse sonho. Gostaríamos de estar na vanguarda do que será possível no futuro e fazer obras de arte que, esperamos, inspirem uma versão positiva do futuro”, afirma a dupla.
Com curadoria de Marcello Dantas e Alfons Hug, a mostra reúne uma seleção de trabalhos que representam o Studio Drift e explora como a natureza e a tecnologia podem viver em harmonia, além de criar experiências que proporcionam uma reconexão com o planeta Terra. “Existe uma racionalidade por trás da obra deles, que é a possibilidade da natureza e da tecnologia viverem em harmonia. Seja pelo mundo biônico, seja pelo conceito de animismo, em que todas as coisas – animais, fenômenos naturais e objetos inanimados – possuem um espírito que os conecta uns aos outros”, pontua Dantas.
Dentre as muitas obras de arte que estão em exposição, a Shylight, exclusiva da DRIFT, é uma escultura cinética que espelha o comportamento de uma flor, mostrando que a noite ela se fecha como forma de defesa e autoconservação, sendo reaberta de dia.
Já o Materialism é um projeto em que os artistas confrontam os espectadores, os levando a uma reflexão sobre como as pessoas lidam com as matérias-primas que estão à disposição, desde um lápis até um carro foram reduzidos à quantidade de materiais com os quais são feitos, representados por blocos retangulares. Em homenagem ao Brasil, fizeram novas obras com Havaianas e Pandeiro.

Também representada em ‘Vida em Coisas’, Ego é uma escultura cinética, ou seja, feita a partir da energia do movimento e que apresenta elementos que indicam mobilidade e dinamismo. Esta obra de arte representa a rigidez do sistema criado pelo homem e como eles podem ser fluidos ou entrar em colapso total, transformando-se em estados naturais e não naturais, que traz a sensação de proximidade com a realidade.